Páginas

sexta-feira, 17 de janeiro de 2020

O Reino vegetal




Matança
“Cipó caboclo tá subindo na virola,            
Chegou a hora do pinheiro balançar,
Sentir o cheiro do mato, da imburana,
Descansar, morrer de sono na sombra da barriguda,
Que triste sina teve cedro nosso primo,
Desde menino que eu nem gosto de falar,
Depois de tanto sofrimento, seu destino,
Virou tamborete, mesa, cadeira, balcão de bar.
Quem por acaso, ouviu falar da sucupira,
Parece até mentira que o jacarandá,
Antes de virar poltrona, porta, armário,
Mora no dicionário: vida eterna, milenar.
Quem hoje é vivo, corre perigo!
E os inimigos do verde, da sombra
E o ar que se respira,
E a clorofila das matas virgens, destruídas?
É bom lembrar,
Que quando chegar a hora
E é certo que não demora,
Não chame Nossa Senhora,
Só quem pode nos salvar é
caviúna, cerejeira, baraúna,
Imbuia, pau d’arco, sorva, juazeiro e jatobá,
Gonçalo alves, paraíba, itaúba,
Louro, ipê, paracaúba, peroba, massaranduba,
Carvalho, mogno, canela, imbuzeiro,
Catuaba, janaúba, aroeira, araribá,
Pau ferro, angico, amargoso, gameleira,
Andiroba, copaíba, pau-brasil, jequitibá ..

Jatobá, músico brasileiro


Nenhum comentário:

Postar um comentário